E se a internet acabasse hoje, nossas memórias também acabariam?
Uma reflexão que surgiu na minha virada de primavera e que ocupou um pequeno triplex em mim.
Dear readers, missed me? (sim, estou vendo Bridgerton)
Esses dias tenho pensado em como nossas memórias são finitas e frágeis, e também, em como dependemos da internet para manter essas memórias vivas nos dias de hoje. Fiz aniversário esse mês (se não me deu parabéns, aproveite essa edição e deixe seu “Parabéns” aqui) e percebi que já esqueci muitas coisas que vivi na minha vida. E aqui não estou falando dos grandes eventos ou grandes traumas que vivem infinitamente em nossas cabecinhas, estou falando das memórias ordinárias e simples.
Com isso em mente, comecei a pensar como ficaria minhas memórias se a internet simplesmente acabasse? Tenho tantos momentos registrados e salvos nos arquivos do Instagram e no Google Photos, que realmente, só consigo lembrar desses momentos quando acesso esses arquivos confidenciais.
Nos últimos anos, me tornei uma pessoa muito mais low profile, parei de registrar tantos momentos, mas sei bem do que é perder seus registros. Quando os smartphones estavam começando a ser regra e não exceção, eu tinha um Nokia com teclado qwerty que tinha uma câmera, e quando consegui comprar um smartphone com essas coisas de memórias nuvem, meu cartão de memória simplesmente corrompeu e perdi todos meus registros de uma fase emo falida. Nenhuma fotinha se salvou.
Agora um dado importante, em 2018, na Wired Conference Health & Wellness, a psicóloga e especialista, Julia Shaw, relatou que a tecnologia influência a maneira como nossas memórias são gravadas em nosso cérebro. Isso porque, segundo ela: “você tem a capacidade de mudar a sua realidade, então, basicamente, pode voltar e mudar as coisas. E, enquanto você decide quais fotos fazer, manter e postar, tenha em mente que, toda vez que você edita uma foto, você está editando sua realidade e o que será lembrado.”
Ou seja, nossas atuais memórias são romantizadas e editadas com o nosso julgamento do época. Logo, será que não salvação para mantermos essas memórias em nossa mente, afinal, é normal que de tempos fazermos um reset das coisas que já não são tão importantes, por isso, nossa infância parece um borrão na nossa cabeça.
Então, eu me pego muito pensando em como eu posso manter esses momentos ordinários e especiais para sempre comigo, mesmo que a internet acabe um dia. Uma coisa que acho muito especialzinha e quero criar essa tradição com os meus é ter registros de tudo e ficar assistindo nas reuniões de família sabe? Acho muito massas as famílias que tem essa tradição.
Ao mesmo tempo que também penso, que não se permitir viver as experiências 100%, sem pensar em gravar ou ver as coisas pelo seu celular o tempo todo é idiotice. A coisa mais triste do mundo hoje é ver todo mundo com o celular na cara durante os show, sem curtir cada segundo sabe? Mas também, é muito legal ter um vídeo de um show ou espetáculo que você foi, né?
Esses dias pensei que não tenho mais fotos com os encontros com meus amigos, nem com meu namorado. Isso porque tô tão focada em viver naquele momento de corpo e alma que esqueço que tenho uma câmera portátil em mãos. E preciso confessar, depois que o encontro acaba, sinto falta de ter registrado pelo menos uma coisinha para sempre lembrar do momento, sabe?
Acho que o ponto aqui é o equilíbrio, se não podemos confiar que vamos lembrar de todos os momentos especiais das nossas vidas, vale muito a pena se dedicar um pouquinho para ter registros não? Com isso, tá valendo um vídeozinho e uma fotinha daquele rolê legal só para lembrar desse momento daqui 10 anos, seja com a dito cujo dados em nuvem ou com o bom e velho álbum de fotos físico, que é particularmente, o meu favorito.
Por aqui, sigo num dilema entre viver 100% sem a interferência desse aparelho em nossas mãos, mas registrando pequenos detalhes. Assim mantenho a edição dessa série com flashbacks romantizados sim.
E por ai, como estão suas memórias?
Vício do mês
Sim, o nome do quadro mudou, afinal tô aqui com menos frequência, né?
E caras que difícil pensar no que me viciou nesses últimos 30 dias. Vale dizer que estou sonhando com o dia que vou comer o carbonara do O Fôrno de novo? Porque se sim, esse prato tem vivido rent free em minha cabeça. Até fiz um vídeo dessa obra-prima deliciosa (noticed the connection?) para sempre ver e lembrar o quanto aquele prato foi especial para minhas papilas gustativas.
Mas um vício / indicação do meu momento é assistir The Voice gringo. Essa temporada foi tão sensacional que queria ter algumas performances no Spotify como eles faziam. E sabe o que é mais legal, a voz para quem eu estava torcendo ganhou. Congrats, Asher, you’re unbelivably insane.
Fiquem com minha performance favorita dele, mas vale ver a battle da L. Rodgers e Tae ;)
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