Meu cabelo é a minha personalidade
E acho que tô precisando de um novo personagem para essas temporadas atuais da vida
Meus queridos fofoqueiros, senti saudades.
Life is being crazy, monas e monetes. Tipo muito louca mesmo, tantas coisas acontecendo. Para quem segue a Aline Maia, sabe que a diva diria que isso é uma fase conflitos para finalizar essa temporada da série da minha vida.
Sendo bem sincera, também tenho sentido que estamos chegando ao fim de uma temporada de Nalu’s Life, o tempo todo em minha cabeça está tocando a abertura de Senhora do Destino. E o que sempre acontece com a protagonista em mudanças de temporadas tão significativas quanto essa? Isso mesmo, uma mudança de visual.
Porém, antes de falar da minha vontade de mudar de visual e viver um novo personagem na série que é a minha vida, precisamos falar sobre minha trajetória com o meu cabelo.
Senta que lá vem história.
Depois que descobri meu cabelo, me descobri
Eu nasci uma bebê muito cabeluda, mas muito mesmo, meus cachinhos se revelaram logo no segundo mês de vida. Mas, para quem nasceu nos 2000 sabe que ter cabelo cacheado nessa época era uma loucura, pouquíssimos produtos no mercado, e para completar, eu tinha uma mãe que não sabia como lidar com meu bebelo.
Não deu muito tempo de eu conhecer meu cabelo naquele tempo, era sempre muito trabalhoso, muito cheio e não tinha tempo pra isso. Eu vivia com trança ou penteadinhos que mantivessem meu cabelo para baixo. Depois disso foram os relaxamentos com guanidina, aquele da linha do Netinho (lembram, migas?) e daí para as drogas pesadas da progressiva foi um pulo. Nesse período foram muitas chapinhas, uma fase emo meio cruel e feia.
Só fui tentar me reconectar com meu cabelo em 2012 quando vi a Camila Pitanga em uma novela com o cabelo cacheado curtinho. Belíssima, eu pensei. Fui num salão do meu bairro e pedi um igual e a filha da cabeleira (branca) me olhou e disse: “Você não acha que vai ficar feia com esse cogumelo na cabeça?”.
Daí pra frente é só pra trás. Foi muito creme e água pra deixar aquele visual bem baixinho sabe? Nessa época, não existia cabelo cacheado seco entre as adolescentes.
Com o boom de youtubers cacheadas e a icônica campanha da Garnier “Em terra de chapinha quem tem cacho é rainha”, me empoderei. Comecei minha transição em 2015, meu auge como beyhive, okay? Foi um longo e doloroso processo das duas texturas, com Yamasterol como meu melhor amigo, texturização como minha confidente e apenas um sonho de ter meu cachos perfeitos. Foram tempos difíceis!
Até que uma manhã de domingo de 2016, cansei e cortei a primeira mecha lisa. Foi libertador ver meu cabelo pela primeira vez, foi como se eu me visse pela primeira vez também. Foi quando eu descobri meu cabelo real que eu me descobri, de verdade. Então quando eu digo que toda minha personalidade é baseada no meu cabelo, não é eufemismo.
Foi só quando fiz a transição que entendi questões de raça, que entendi meu passado e encontrei minha negritude. Me reconectar com meu cabelo natural me fez descobrir a Ana real, os gostos e desejos dela. Bem como, entender as lutas que ela queria lutar, me sentia muito perdida antes, mas meus cachos foram uma porta para me conhecer mesmo.
E então chegamos no hoje…
Estou entediada com o meu cabelo e preciso de uma nova personagem
Depois de 8 anos tendo o mesmo cabelo, tendo vivido várias coisas, com apenas umas corezinhas normais para diferenciar e um corte único, cansei de minha cara.
Queria uma emoção, tipo “será que meu cabelo vai se recuperar dessa” kinda of thing, sabe? E eu sei do meu privilégio de ter diferentes cabelos, trançar, usar twist, deixar liso por um tempo, voltar aos cachos, eu sei. Mas isso não supri minha vontade de ter um outro cabelo, além do mais, trançar o cabelo é caro, se você não tem essa autossuficiência, né mores?
Não quero ter um cabelo liso, não, jamais. Isso é para penteados temporários. Queria meus cachos em um novo shape, uma nova forma de usar. Um corte diferente, com uma cor impactante, sabe? Sinto que estou boring, com o cabelo sempre igual. Lindo? Lindo! Mas sempre igual. Fora que depois de anos só tirando as pontinhas, ele está pesando e ficando sem forma. Sinto falta do meu blackzinho de quando fiz meu big chop.
Mas gente, podemos falar da máfia que há por trás da mulher que quer manter ou mudar seu cabelo cacheado ou crespo? Um corte de cabelo normal apenas 60 golpinhos com lavagem e o que você quiser junto, para cabelo cacheado os impressionantes 150 golpinhos por um corte, sem lavar ou hidratar. UM ROUBO.
Enfim, cheguei a temporada da minha vida que preciso de uma mudança radical e dar uma nova cara para a minha personagem. Quero barbarizar e ser bela como nasci para ser. É pedir muito?
Minha pasta do Pinterest tá com diversas refs de cortes curtíssimos que nunca tive na vida e cores para tacar nas madeixas, e sinto que chegando aos 25 preciso passar por esse evento canônico de ser uma mulher gostosa de cabelo curtinho. Conseguem me entender?
Será que vem aí uma Nalu com pixie hair e ruiva de vez? Aguarde os próximos capítulos.
Vícios do mês
Pensei muito no que fiquei viciada esse mês e caras, não sei. Eu poderia dizer que é a nova temporada de The Boys, que tá muito boa, mas com umas lacunas de roteiro tão bizarras. Porém, os comentários sobre The Boys podem ficar para uma próxima edição.
Mas posso falar da minha descoberta na literatura, as a bookgirl que sou. Nesse mês de junho/ julho li uma série da L. J. Shen, nunca tinha lido nada dela e achei que seria uma série de romances bobinhos, mas a mona escreve muitooooo bem. O enredo é envolvente com começo, meio e fim, plots na medida certa. Foi uma delicinha. Li a trilogia Cruel Castaways em um mês, e teve um livro que li em um final de semana de tão envolvente que era.
Agora, se você gosta de leituras substanciais, não é aqui que você encontrará. Continua sendo um romance com fim previsível e feliz. Mas é uma boa leitura e uma excelente autora para observar.
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Irei fazer um intercâmbio para a Austrália e estou arrecadando graninhas para a viagem, porque, infelizmente, não sou herdeira e ainda não estou com o título de esposa troféu.
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